Mas desde então, não havia mais dúvidas: eu não gostava daquilo a que se chama "os prazeres da carne", justamente por serem insossos. Gostava de tudo o que era tido por "sujo". Não ficava satisfeito, muito pelo contrário, com a devassidão habitual, porque ela só contamina a devassidão e, afinal de contas, deixa intacta uma essência elevada e perfeitamente pura. A devassidão que eu conheço não suja apenas meu corpo e os meus pensamentos, mas tudo o que imagino em sua presença e, sobretudo, o universo estrelado...
Lord Auch em História do olho.
Não é prazer insosso o prazer.Não tem a devassidão "essência pura". É antes uma categoria moral cristã. O indivíduo elevado prescinde desta última. Ela, para ele, não têm qualquer significância na fruição do corpo. Já o indivíduo fraco é incapaz de desvencilhar-se delas e por isto norteia-se por elas.
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